quinta-feira, 18 de maio de 2017

Tendências do Marketing Esportivo para 2017


Professor faz uma análise do mercado e dá dicas do que promete o cenário do marketing esportivo nesse ano

O ano de 2017 se inicia com um grande ponto de interrogação referente aos rumos do país. A crise política parece que não tem prazo para acabar e, como consequência, a economia do Brasil fica em compasso de espera, gerando incerteza nos empresários e investidores.
Da mesma forma que na economia em geral, no mercado esportivo o cenário também não é promissor, muito pelo contrário, pois várias empresas estatais que patrocinaram uma série de confederações no último ciclo olímpico, já anunciaram forte redução de investimentos em patrocínio esportivo para o novo ciclo.

Devido às várias incertezas no Brasil e no segmento esportivo, o que se deve observar nesse momento são as tendências do marketing esportivo que estão surgindo e que, provavelmente, serão temas dominantes nos próximos anos. Dessa forma, o profissional do esporte deve ter uma visão mais ampla, buscando estruturar a organização esportiva com estratégias e metas de médio e longo prazo.
Existem várias tendências que em muitos casos já são realidade e que vale a pena ser mencionado nesse post.

Uma grande fonte de faturamento, exposição da marca, relacionamento com o público alvo, distribuição de conteúdo entre outros, são as redes sociais. Cada vez mais as organizações esportivas estão descobrindo uma gama enorme de possibilidades de ativar suas marcas através desse canal. A utilização do Twitter, Facebook, Instagram já são uma realidade, inclusive com jogos da NBA e NFL sendo transmitidos ao vivo via Twitter e Facebook.

A nova tendência nas mídias digitais é a utilização de vídeos.Vale a pena dar uma olhada nessa matéria sobre James Harden, jogador de basquete do Houston Rockets (http://www.mktesportivo.com/2017/01/houston-rockets-james-harden-marketing-conteudo-all-star/). Conforme mencionado no artigo, investir em conteúdo de qualidade tem sido uma estratégia adotada há um bom tempo pelos principais players da indústria, e elevará a um outro nível o relacionamento das equipes com seus seguidores e reterá a atenção/engajamento dos mesmos para futuras campanhas desenvolvidas.

Outro exemplo é a forma com o Arsenal e os seus parceiros souberam gerar conteúdo com o gol escorpião de Giroud (http://www.mktesportivo.com/2017/01/o-arsenal-revertou-o-golaco-marcado-por/).

A participação da organização esportiva sobre as vendas do patrocinador é uma novidade no marketing esportivo brasileiro. O Flamengo acabou de fechar com um novo patrocinador para os próximos seis anos (http://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/flamengo-mira-participacao-em-venda-para-ter-patrocinio-recorde_31721.html) e o grande diferencial é que o clube terá participação sobre as vendas da empresa no Brasil. Dessa forma é possível que o faturamento anual alcance algo em torno de R$ 65 milhões / ano. Quase o dobro do que o clube arrecada com patrocínio atualmente.
As organizações esportivas precisam começar a avaliar esse tipo de modelo de negócio, não focando apenas na visibilidade que a marca obtém ao patrocinar uma equipe, mas também o retorno de vendas que o patrocinador consegue alavancar com essa parceria. Segundo o blog do Alexandre Praetzel, a Crefisa teve aumento de 44% no seu faturamento após o início da parceria com o Palmeiras (http://blogdopraetzel.blogosfera.uol.com.br/2017/01/03/palmeiras-e-crefisa-encaminham-acordo-por-mais-um-ano/).

Novas tendências que também estão surgindo e que com certeza serão realidade em breve é a transmissão dos jogos via streaming / on demand. Atualmente já existe esse tipo de transmissão em clubes e modalidades esportivas que não conseguem espaço na TV aberta nem TV a cabo, mas em breve será possível monetizar essa forma de transmissão.
O Flamengo não fechou com a Rede Globo os direitos de transmissão via streaming. Essa nova forma de veicular os jogos pode ser um grande potencial de novas receitas, podendo ser ofertado para os sócios torcedores que não moram na cidade ou estado dos seus clubes, criando uma demanda que hoje ainda não é explorada.

Dentro da mesma linha de veiculação, a realidade virtual também em breve poderá ser um novo formato de veiculação das partidas. Hoje já é possível obter conteúdos produzidos em realidade virtual, mas ainda não os jogos ao vivo. Em breve, com mais smartphones com esse recurso sendo acessível para maioria da população, e com a tecnologia adequada, será possível assistir a um jogo como se estivesse dentro de uma arena ou ginásio, sendo uma nova experiência para os torcedores, bem como uma nova fonte de receita para os clubes.

A busca por novas fontes de receitas, juntamente com as novas tecnologias são uma fonte enorme de criatividade visando a criação de novos produtos e serviços para os torcedores, gerando novas experiências e formas de consumo, além de atingir novos públicos de forma global, gerando engajamento e relacionamento com novos torcedores ou admiradores, consolidando a marca em mercados já existentes, bem como abrindo novas possibilidades de negócio em mercados que antes eram inatingíveis sem esses canais de comunicação.

Cabe aos profissionais de marketing das organizações esportivas utilizarem suas competências para seguir nesse caminho, atraindo parceiros e novos torcedores para seus clubes, visando aumento da base de torcedores ou admiradores além de aumentar as possibilidades de faturamento.
Um feliz e criativo 2017!!!

Marcelo Paciello é mestre em marketing esportivo, consultor e professor universitário.

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