Duas vezes por semana, o pequeno Luigi Palumbo, de cinco anos, encontra os colegas na academia de artes marciais em Campo Grande para praticar o taekwondo, seu esporte preferido.
Duas vezes por semana, o pequeno Luigi Palumbo, de cinco anos, encontra os colegas na academia de artes marciais em Campo Grande para praticar o Taekwondo, seu esporte preferido.
A turma aprende os movimentos básicos da modalidade e se diverte com as brincadeiras propostas pelo mestre. Luigi é alegre e esperto como as outras crianças, mas a condição de cadeirante faz dele um exemplo de superação. É por meio do esporte que a família procura dar ao menino uma vida perfeitamente normal.
Luigi nasceu com má formação do tubo neural na espinha dorsal, o que impede o movimento dos membros inferiores. Esse defeito congênito é chamado de mielomeningocele. Logo que entrou para a vida escolar, o menino recebeu incentivo dos pais para praticar esportes e adotar um estilo de vida saudável. Luigi chegou a iniciar no karatê, mas depois que mudou de colégio, conheceu o Taekwondo por indicação de uma colega de classe, que também fazia aulas.
- Nós o incentivamos porque, além de ser uma atividade física, o esporte é um meio de inclusão. Aqui ele é bem recebido pelos colegas, todos o adoram. Ele participa das aulas em iguais condições. Tudo isso trouxe reflexos no aspecto físico e emocional do menino, fez com que ele interagisse mais com todo mundo – conta o pai, o advogado César Palumbo Fernandes.
Embora o taekwondo seja uma modalidade que envolva chutes, isso não impede que Luigi aprenda os conceitos básicos e possa, inclusive, alcançar a faixa preta, como explica o mestre Tiago Brandão, faixa preta 4º Dan.
- Vi que ele tem bastante interesse e vontade de aprender. Sempre chega animado para as aulas. O importante é que ele faça algo que se sinta bem. Futuramente ele pode até se tornar um mestre, caso queira continuar se dedicando ao esporte.
A academia que Luigi frequenta, na região central da cidade, atende cerca de 100 crianças e adolescentes. O mestre Tiago Brandão tem graduação em Educação Física e ênfase no ensino adaptado para deficientes físicos, o que deu tranquilidade à família do menino.
Nos treinos, Luigi acompanha a turma em todas as atividades, desde a reverência às bandeiras do Brasil e da Coreia do Sul – como é tradição ao entrar ou sair do dojô – até a prática dos golpes de ataque e defesa. E se a hora é de brincar de pega-pega, por exemplo, Luigi também participa. Quando os colegas tentam ajudá-lo empurrando a cadeira a todo instante, os monitores orientam que é melhor para o menino que ele se locomova sozinho.
- É bacana que os outros também aprendem a conviver com ele – diz o mestre Brandão.
Luigi frequenta as aulas há pouco mais de um mês. Desde que fez os primeiros testes, se apaixonou e não larga o kimono. Até já ganhou medalha de segundo lugar em um festival por equipes. Perguntado sobre o que pretendia ser quando crescer, adivinha o que ele respondeu?
- Quero ser mestre – diz Luigi.
Incentivo dos pais é o que não vai faltar para o menino
– A família entende que o esporte é fundamental para qualquer criança, e nós o incentivamos muito. Acho que ele deve ter sempre uma vida esportiva ativa, mas também gostaríamos que ele focasse na formação intelectual. Se o Luigi decidir ser um atleta profissional, vai ser fantástico – diz o pai.
Matéria publicada pelo sita Globo.com
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