Exercício Físico é um ótimo aliado para quem deseja qualidade de vida e/ou queima calórica, mas é necessário atenção e acompanhamento profissional para evitar as temidas lesões
Segundo dados da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), grande parte das lesões em atletas não estão associadas a colisões ou quedas, e sim à rotação e explosão muscular. Apenas 24,1% dos atletas se lesionam em choques, contra 39,2% com lesões musculares e 17,9% que sofrem torções. “A maior incidência em esportistas são lesões por repetição, esforço exagerado e/ou falta de preparo para a prática do exercício”, explica o fisioterapeuta especializado em esportes e sócio-fundador da club físio, André Nogueira.
O estudo também aponta que 72,2% dos traumatismos ocorrem nos membros inferiores – como joelho (11,8%), tornozelo (17,6) e coxas (34,5%), sendo as mais graves: entorse de tornozelo grau III; lesão do menisco medial; e ruptura do ligamento cruzado anterior. Outras lesões comuns e também graves são lombalgia e ruptura do manguito rotador.
Entorse de tornozelo grau III
Muito comum no meio esportivo, cerca de 85% das entorses acometem a região lateral do pé. Essa lesão é ocasionada pelo movimento de inversão – para dentro do pé, e afeta atletas de quase todos os esportes e por diversos motivos, por exemplo, pisar em buracos nas ruas ou campos de futebol, virar o pé após saltar para cortar uma bola no vôlei ou arremessar uma bola na cesta de basquete e, até mesmo, levar uma chave em uma competição de luta.
As entorses são divididas em três graus, de acordo com a gravidade e extensão da lesão. Sendo a mais grave o grau III – que afeta ligamentos, diminuindo a amplitude do movimento e causando extrema dor e frouxidão nas fibras que ligam os ossos.
O tratamento para esse tipo de lesão, segundo Nogueira, é repouso e imobilização por cerca de 1 a 2 semanas. “A fisioterapia pode começar imediatamente para melhorar a mobilidade, inchaço e dor. Na 3° e 4° semana de tratamento, com o fortalecimento muscular intensificado, coloco o atleta para executar gestos esportivos de sua modalidade”, explica o fisioterapeuta.
Lesão do menisco medial
As rupturas meniscais são comumentes encontradas no joelho, com maior incidência na parte de trás do menisco medial – lateral do órgão. Elas ocorrem devido a sobrecargas na região e execução inadequada de movimentos. Em maioria, o mecanismo que leva à ruptura do menisco é a rotação com o joelho semi dobrado, o que acontece em muitos esportes como o futebol, luta, entre outros.
O tratamento dura de 4 a 6 semanas e só é indicada fisioterapia caso não haja nenhum bloqueio dentro da articulação – o que impede a pessoa de dobrar e esticar o joelho. “Nesses casos, a reabilitação se baseia em restaurar a força muscular, equilíbrio e amplitude de movimento”, informa Gustavo Lacreta, fisioterapeuta especializado em traumatologia e também sócio do club físio.
Ruptura do ligamento cruzado anterior
Uma das mais temidas lesões no meio esportivo, a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) se dá pela entorse do joelho e pode levar, na maioria das vezes, a cirurgia. “A principal função do LCA é de estabilizar o joelho contra as rotações e contra a anteriorização da tíbia (osso da perna)”, explica Lacreta.
A cirurgia é realizada em centros especializados e a reabilitação leva um período médio de 6 a 8 semanas. Após a operação é indicada fisioterapia nos primeiros dias para trabalhar o ganho do movimento, diminuir a dor e o inchaço. Depois de algumas semanas, o tratamento fisioterápico evolui com exercícios de força e estabilização, a fim de promover condição ideal para que o atleta retorne as atividades esportivas.
Lombalgia
Pesquisas apontam que 80% da população, em algum momento da vida, apresentará algum sintoma de dores nas costas, tecnicamente conhecida como lombalgia. Essa lesão pode ser causada por problemas na coluna vertebral, como protusões discais (escorregamento do disco entre as vértebras) ou hérnias de disco (o líquido de dentro do disco extravasa).Os principais tratamentos para problemas na coluna são fisioterapia e pilates. “Nos casos de lesão confirmada é necessário repouso, após os quadros de dor, e tratamento fisioterápico intensivo – que leva, em média, 3 meses”, diz o fisioterapeuta André Nogueira.
Ruptura do manguito rotador
“O manguito rotador é a junção de quatro músculos que trabalham para a movimentação do ombro”, explica Nogueira. Responsável por elevar o braço e rodá-lo para fora, essa junção de músculos normalmente é lesionado por um trauma forte, como uma queda, ou por esforço repetitivo em esportes como luta ou tênis.
O tratamento para essa ruptura depende da gravidade da lesão. “Em lesões graves, com rompimento do tendão por completo, é indicado o procedimento cirúrgico. Após a operação é recomendado fisioterapia – de 4 a 6 meses”, conta Lacreta.
Matéria enviada pela COMMUNICA BRASIL
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