Diabetes é uma doença cada vez mais comum. Dados recentes da Federação Internacional de Diabetes (FID) revelam que o Brasil ocupa o 5º lugar na lista de nações com o maior número de portadores desta doença, cerca de 7,6 milhões. Muitos desses indivíduos, inclusive, acham que após o diagnóstico estão fadados a um futuro sem perspectiva. Por isso, o post de hoje vem para desmistificar este pensamento contraditório e mostrar como o diabético pode se tornar um atleta em potencial, os benefícios do esporte para amenizar e ajudar a tratar esta síndrome e como a atividade física é a chave para conquistar um dia a dia mais saudável e com qualidade.
Antes de tudo, é necessário que se entenda que o Diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose (açúcar) no sangue. O diabetes acontece porque o pâncreas não é capaz de produzir o hormônio insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou porque este hormônio não é capaz de agir de maneira adequada (resistência à insulina). A insulina promove a redução da glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar dentro das células, para ser utilizado como fonte de energia. Portanto, se houver falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir corretamente, haverá aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o diabetes.
A atividade física é essencial no tratamento do diabetes para manter os níveis de açúcar no sangue controlados e afastar os riscos de ganho de peso. A prática de exercícios deve ser realizadas de três a cinco vezes na semana. Há restrição nos casos de hipoglicemia, principalmente para os pacientes com diabetes tipo 1. Por isso, antes de “adotar” qualquer atividade física, é necessário consultar um médico e um profissional de educação físico, habilitado para preparar programas de treinos que vão de encontro às suas necessidades.
Listo aqui três dos melhores exercícios para quem possui diabetes, segundo os principais endocrinologistas consultados. Por unanimidade, são eles:
Caminhada
É um exercício excelente para quem quer começar e para quem está fora de forma. A caminhada queima calorias sem ser agressiva, é relaxante e tem pouco impacto. Além disso, pode ser feita em praticamente qualquer lugar e o indivíduo basicamente precisa apenas de um bom tênis.
O programa pode começar com apenas vinte minutos de caminhada durante os dias de semana e ir aumentando o tempo de acordo com a capacidade adquirida.
Fortalecimento muscular
O diabético pode realizar treinamento com pesos, desde que bem orientado e iniciando com cargas leves. Além dos benefícios esperados do controle da glicemia pelo consumo de glicose, da melhora da autoconfiança e autoestima, o treinamento com pesos desenvolve a força e preserva a massa muscular.
Os músculos são um tecido nobre e sua presença em bom tônus é essencial na qualidade de vida do diabético, que terá mais segurança e liberdade em suas atividades. Duas ou três sessões semanais, com trinta minutos cada, são suficientes para alcançar boas metas.
Natação
Reconhecida como uma atividade completa, que exercita o corpo como um conjunto, a natação é uma excepcional pedida para quem tem diabetes. Possui vários estilos, que priorizam alguns conjuntos musculares e podem ser realizados em dias alternados. Além disso, a interação com a água é interessante para esses pacientes que muitas vezes têm limitações em suas atividades sociais, ainda mais em casos mais graves e evoluídos desse mal.
O professor, que deverá acompanhar sempre o aluno na água, deve começar com treinos leves e de nado livre, e com o tempo pode buscar a intensidade moderada e aumentar a duração da atividade. Pode buscar variações como o nado costas ou o peito. Ajuda a manter a musculatura e tem grande ação na proteção do coração.
Dicas valiosas
Para quem quer ingressar num esporte, mas fica em dúvida por onde começar, aqu vão algumas dicas que podem ajudar você neste processo.
– O primeiro passo antes de começar um treinamento regular, é que o diabético seja submetido a um teste de esforço (teste ergometrico), caso tenha mais de 35 anos ou mais de 10 anos com a doença. “Além disso, vale fazer um rastreamento para detectar a presença de complicações (exame oftalmológico, função renal, por exemplo). Esse procedimento é importante no caso de diabetes tipo 2 recém diagnosticado, pois muitas vezes a pessoa não sabe há quanto tempo tem a doença e pode já ter alguma complicação instalada”, explica Sonia de Castilho, educadora física, personal trainer, educadora em diabetes e coordenadora de atividades desportivas da ADJ Diabetes Brasil.
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