OS efeitos no coração e aparelho cardiovascular facilitam o surgimento de arritmias, elevação da pressão arterial e até angina ou infarto. A médio e longo prazo causa danos no fígado e nos rins
O assunto é polêmico entre os esportistas que defendem e os que são totalmente contra o uso de anti-inflamatórios nas várias provas esportivas mundo afora. O tema voltou a ser debatido porque aumentou o numero de atletas se automedicando sem ter um cuidado maior.
Recente pesquisa mostrou que os anti-inflamatórios não hormonais (que não são derivados de cortisona) também são vendidos ilegalmente (sem receita médica). Encontramos no comércio de anti-inflamatórios duas formulações mais comuns:
• Os derivados dos hormônios esteroides, como a cortisona
• Os modernos não esteroides, usados como coadjuvantes nos tratamento de lesões inflamatórias ortopédicas, ginecológicas e outras, mas com prescrição médica bem definida.
Para entender o que alertamos, vamos começar pela dor que é um verdadeiro alerta espetacular da natureza, pois a sua presença nos avisa de que algo errado ou ruim está acontecendo. Imagine que ao abolir a dor poderemos ficar sem saber, por exemplo, que temos uma distensão muscular, tendinite, artrite e outras doenças que irão piorar com a continuidade de um exercício. Sem dúvida teremos um risco enorme das lesões se transformarem em irreversíveis.
O risco da automedicação pode ser enorme, afirma cardiologista (Foto: Getty Images)
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O que está ocorrendo?
Mesmo sabendo que é uma medicação com vários efeitos colaterais sérios e que apenas um médico pode prescrevê-los, virou moda tomar anti-inflamatório no início de uma prova esportiva para não sentir dores. Hoje em dia tem sido usada a capsula gelatinosa com anti- inflamatório potente, algo totalmente desnecessário.
Os efeitos no coração e aparelho cardiovascular são conhecidos: facilita o surgimento de arritmias, permite elevação da pressão arterial e em alguns casos até isquemia cardíaca (angina ou infarto). O uso indiscriminado de anti-inflamatórios causa danos no fígado e os rins a médio e longo prazo, podendo provocar cirrose hepática e a temida insuficiência renal representada pela uremia.
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Alertamos de modo insistente, nunca se automedique, principalmente para dores ou outros sintomas, o correto é parar a atividade física e procurar sempre um médico do esporte para suas dúvidas clinicas e de medicação e um nutricionista nas dúvidas alimentares e de suplementação. Amigos e “terapeutas sem diploma” não têm conhecimento científico e sabem de ouvir falar. Cada caso é um caso, imagine. Cansou, doeu? Então pare! Sua saúde é mais importante que uma medalha.
*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com
Formado em medicina pela FM de Sorocaba PUC-SP, Doutor em Cardiologia pela FMUSP , Chefe da Seção CardioEsporte do Instituto Dante Pazzanese Cardiologia, Especialista por concurso em Cardiologia e Medicina do Esporte, Médico Sênior do Grupo Fleury Medicina e Saúde, Coordenador da Clínica CardioEsporte do HCor, CRM SP 15715 , Prêmio Jabuti de Literatura Ciência e Saúde. www.cardioesporte.com.br (Foto: EuAtleta)
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