Dados do Vigitel indicam que os maus hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e aumenta prevalência de diabetes e hipertensão.
Entre fevereiro e dezembro de 2016 foram entrevistados, por telefone, 53.210 pessoas com mais de 18 anos nas 26 capitais do país e Distrito Federal. São dez anos de pesquisa. O Vigitel foi implantado desde 2006 e tem como objetivo monitorar a frequência e a distribuição de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis por inquérito telefônico, além de descrever a evolução anual desses indicadores em nosso meio. As entrevistas são realizadas anualmente em amostras da população adulta (18 anos ou mais).
Os indicadores avaliados estão dispostos nos seguintes assuntos: tabagismo, excesso de peso e obesidade, consumo alimentar, atividade física, consumo de bebidas alcoólicas, condução de veículo motorizado após consumo de qualquer quantidade de bebidas alcoólicas, autoavaliação do estado de saúde, prevenção de câncer e morbidade referida.
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Hora da verdade: com maus hábitos, os ponteiros da balança sobem bastante (Foto: Getty Images)
Segundo o Ministério da Saúde, os hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e aumenta prevalência de diabetes e hipertensão. Conhecer a situação de saúde da população é o primeiro passo para planejar ações e programas que reduzam a ocorrência de doenças, melhorando a saúde do brasileiro.
O excesso de peso e a obesidade crescem descontroladamente em todo o mundo. O grande consumo de alimentos industrializados, de alta densidade energética, a “gourmetização” da comida cada vez elaborando mais preparações cremosas e fritas no dia a dia das pessoas, a redução do movimento nas atividades diárias, sedentarismo e alto grau de estresse vêm colaborando para o aumento de peso e das doenças crônicas degenerativas (hipertensão arterial, diabetes...)
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Resultados da pesquisa Vigitel
- Mais prevalente em homens 57,7% do que em mulheres 50,5%
- O indicador aumenta com a idade e é maior entre os com menor escolaridade
- Obesidade cresceu 60% em dez anos, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016
- A prevalência é semelhante entre os sexos homens 19,6% e mulheres 18,1%, duplica a partir dos 25 anos e é maior entre os que têm menor escolaridade.
Avanço das doenças crônicas
- Passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016
- Sendo que as mulheres tem mais diagnóstico de diabete: 9,9% de mulheres e 7,8% homens
- Indicador aumenta com a idade e é quase três vezes maior entre os com menor escolaridade
Hipertensão: cresceu 14,2% o número de pessoas que foram diagnosticadas por hipertensão, passou de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016.
- Mulheres têm maior diagnóstico de hipertensão 27,5 % e homens 23,6%
- Indicador aumenta com a idade e é maior entre os com menor escolaridade.
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Alimentação saudável, com mais saladas, legumes e grelhados (Foto: Getty Images)
Hábitos mais saudáveis
- Em 2008 era 33,0% e em 2016 foram 35,2%. Mas ainda é muito abaixo do recomendado
- Em 2016, apenas um entre três adultos consumiram frutas e hortaliças em cinco dias da semana
- Mulheres consumiram cerca de 40,7% e homens 28,8%
- Redução no consumo de refrigerantes e sucos artificiais
As bebidas açucaradas têm importante papel no ganho de peso e aparecimento de cáries da população. Devem ser evitadas.
- Observou-se redução no consumo regular de refrigerantes ou sucos artificiais: em 2007 o indicador era de 30,9% e em 2016 foi 16,5%.
Aumento da atividade física no lazer
- Equivalente a pelo menos 150 minutos de exercício moderado por semana.
- Cresce prática de atividade física no tempo livre. Em 2009, o indicador era 30,3% e em 2016 foram 37,6%.
- Prevalência diminui com a idade, sendo mais frequente entre os jovens de 18 a 24 anos.
- Segundo a Organização Mundial da Saúde preconiza-se: 150 minutos/semana de exercício físico regular para promoção de saúde e 300 minutos/semana de exercício para redução de peso.
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Algumas ações importantes:
Lembrando que os ingredientes são descritos por ordem decrescente, ou seja, o alimento ou substância em maior quantidade em primeiro.
- É preciso participação da indústria alimentícia para redução de açúcares, gorduras e sal nos alimentos processados e ultraprocessados.
- Desembale menos e descasque mais
Foi o primeiro guia que também abordou a importância das questões comportamentais com a comida nas relações sociais, questões culturais/regionais, com quem e onde você se alimenta. Comer é muito mais do que nutrir, dá prazer, agrega, conforta, possui simbolismos, conta um pouco da nossa história. Introduzir novos hábitos e modificar o estilo de vida requer persistência, desejo de mudar, priorização, negociação e motivação constante.
*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.
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