Uma recente pesquisa, divulgada no site de Procedimentos da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos da América, buscou entender como o cérebro humano processa a empatia e descobriu que o mecanismo por trás de todo esse processo é semelhante ao responsável pela experiência da dor física.
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O estudo envolveu a análise das atividades cerebrais de um grupo de 150 pessoas. Para começar, elas receberam um comprimido, acreditando que estavam tomando um novo, caro e potente analgésico – a intenção era provocar efeito placebo, por, na verdade, se tratar de uma pílula feita de farinha.
Inúmeros testes já comprovaram que há redução significativa da dor em pessoas que tomam comprimidos de farinha, achando que tinha ingerido analgésicos. Dessa vez, a ideia era descobrir se o mesmo efeito aconteceria com a dor da empatia.
Ao notar que o placebo estava fazendo efeito em todas as pessoas, os cientistas submeteram os participantes a mais experiências. Entre elas, estava a aplicação de um choque doloroso na mão dos voluntários que, em seguida, assistiram a imagens de outras pessoas recebendo o mesmo choque.
Ainda com as atividades cerebrais monitoradas, os participantes foram divididos em dois grupos: uns receberam choques de verdade ou assistiram alguém receber as descargas; outros receberam estímulos indolores. Após tudo isso, avaliaram o nível de dor de quem tinha sentido o choque e de quem só estava observando as outras pessoas.
Ao analisarem aos resultados dos exames, os pesquisadores perceberam que o analgésico placebo conseguiu reduzir a dor dos choques e o desconforto que as pessoas sentiam ao verem outros indivíduos receberem os estímulos dolorosos. As imagens das atividades cerebrais permitiram que os cientistas concluíssem que houve também redução na atividade do cérebro da região que é ativada quando a dor aparece.
Sobre o segundo teste, no qual os participantes tomaram um comprimido extra – 25 pessoas tomaram um remédio real que inverte a ação do analgésico, e outras 25 receberam um placebo –, os cientistas descobriram que o medicamento verdadeiro realmente cancelou a ação do analgésico, assim como o do medicamento falso. Isso os levou a concluir que o efeito do analgésico placebo pode ser revertido, assim como a analgesia verdadeira também pode.
Tudo isso comprova que, de fato, a empatia e a dor são processadas de maneira bastante semelhante no cérebro humano, já que tanto a dor real quanto a dor da empatia podem ser invertidas com o uso da mesma droga. Pode ser por isso que pessoas com danos na região cerebral responsável por causar dor podem ter menos facilidade de colocar a empatia em prática.
De acordo com o site “IFLScience”, a pesquisa trata apenas da empatia pela questão da dor física – não foram analisadas, por exemplo, dores emocionais. Na psicologia, o exercício proposital da empatia pode ser tratado como um aspecto ligado à inteligência emocional. É quando a pessoa se coloca no lugar da outra para entender outros pontos de vista que vão além da dor e do sofrimento.
Matéria publicada no site RedeTV
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