O colesterol alto está diretamente ligado a problemas cardíacos. Em torno de 70% do colesterol do corpo vem do metabolismo, e os outros 30% da dieta. Esta porcentagem menor, contudo, é significativa.
Para os médicos, datas como este sábado (8), quando é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, são uma nova oportunidade para se atentar às doenças que não têm sintomas e que estão diretamente ligadas aos hábitos alimentares.
“A pessoa não sente o colesterol alto, é assintomático. Então, é muito importante ter esses dias temáticos para alertar essas pessoas sobre esses fatores de risco”, diz o cardiologista Carlos Serrano.
Um destes fatores de risco é a alimentação. Por isso, Serrano e outros profissionais, elaboraram uma coleção de livros com receitas voltadas para quem tem colesterol alto. Há exemplares ainda para quem tem câncer e para quem tem problemas cardíacos.
Normalmente, o susto da descoberta de uma doença e, principalmente, o receio do que pode vir depois fazem com que muitos repensem o dia a dia, reavaliem a alimentação. Com o engenheiro Michael Wahrhaftig Filho, de 59 anos, que mora em Curitiba, foi desta forma. Quando os exames apontaram altos índices, veio o puxão de orelha do médico.
A intimação foi clara, era hora de mudar radicalmente a alimentação e deixar de lado o sedentarismo.
“Cortei totalmente fritura, eu fazia uma pasta com queijo cottage misturada com pimenta calabresa, sal, pimentão, cenoura, tomate, alface e comia dois sanduichões, assim com uns três dedos de salada, e ia dormir”, lembrou Michael.
Ele mesmo procurou se informar sobre o que poderia mudar e substituir na alimentação. Com pesquisas na internet e reportagens, foi conhecendo o que poderia ser bom para a saúde.
Em paralelo, aderiu à atividade física e começou a correr. O engenheiro pesava 115 kg e, em dez meses, chegou a 76 kg. “Eu emagreci no limite, tudo com saúde, nossa eu estava me sentindo maravilhosamente bem”.
Mas, o esforço acabou provocando dores nas articulações, e ele precisou trocar a corrida pelas caminhadas. “Eu tive que parar de correr para não sobrecarregar as articulações e perdi o estímulo. Era uma coisa que me trazia superação”, contou. Como consequência, Michael voltou a engordar e agora pesa 108 kg. Ele reconheceu que ganhou novamente os pesos não só porque parou de correr, mas também por ter descuidado com a alimentação.
Michael não está sozinho nesta batalha para controle do peso e da alimentação. Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde neste ano indica uma linha crescente do número de brasileiras com sobrepeso. Mais da metade de população está nesta categoria (52,5%) e destes, 17,9% são obesos, fatia que se manteve estável nos últimos anos.
Mas se foi possível uma vez, será possível de novo. Michael está decidido a regular novamente a alimentação.
A escolha dos alimentos
Apesar do volume de informações sobre alimentação, é sempre complicado elaborar sozinho, sem orientação profissional, refeições equilibradas.
Para quem tem algum problema de saúde, então, este processo é ainda mais delicado.
Pensando nestas pessoas, um grupo multiprofissional formado por nutricionistas, cardiologistas e chef de cozinha elaborou a coleção “Comida que Cuida”. São três livros – um voltado para pacientes com câncer, outro para quem tem problemas cardíacos e outro para quem tem diabetes.
A ideia é estabelecer uma relação mais prazerosa com a alimentação, mesmo diante das dificuldades decorrentes de um tratamento ou das limitações que uma doença possa impor. O livro disponível na internet gratuitamente e é distribuído em hospitais também sem custo algum.
“São alimentos menos calóricos e de mais base de proteica e com mais sabor, com um hábito saudável, levando em conta os temperos, os mantimentos”, sintetiza o cardiologista Carlos Serrano.
No caso do colesterol alto, que está diretamente ligado a problemas cardíacos, o médio explica que em torno de 70% do colesterol do corpo vem do metabolismo, e os outros 30% da dieta. Esta porcentagem menor, contudo, é significativa.
“É muito importante as pessoas controlarem a dieta para minimizar a chance do colesterol alto, que é critico para a formação de placas de gorduras nas artérias e essas placas levam ao infarto”. Os alimentos aparecem como um tratamento não medicamentoso e, por este motivo, são importantes, segundo o cardiologista.
No caso dos pacientes com câncer, por exemplo, a dieta tem papel fundamental.
“Tanto a doença como o tratamento do câncer são muito agressivos para a pessoa. Quanto melhores as condições nutricionais, mais ele suporta o tratamento e mais chance de ele ter bons resultados”, afirmou o cardiologista.
Há ainda o caráter preventivo da alimentação. “Quanto mais cedo a pessoa é educada para ter uma alimentação deste tipo, melhor a qualidade de vida, menos doença essa pessoa vai ter”.
Serrano avalia que cada vez mais as pessoas têm mais conhecimento do devem ou não comer. Contudo, ainda é visível que este tipo de informação ainda está atrelado a condição social. Segundo ele, aqueles com menor poder aquisitivo tendem a se alimentar pior.
O que comer a cada hora
Serrano aconselha a se intensificar a alimentação no período da manhã. “O raciocínio é o seguinte: quanto mais atividade física, melhor alimentado você tem que estar. Se você está começando o dia, você tem que estar bem alimentado. A noite a gente tem quase nada de atividade física, então, não tem necessidade de um jantar reforçado”.
E a sensação de mais fome no período do noturno, pode ser, de acordo com médico uma questão de hábito. Pode-se treinar para conseguir comer menos nesta última etapa do dia. “É uma questão de treinamento. O estresse pode abrir o apetite, faz com que a pessoa coma errado e rápido.”
O raciocínio é o seguinte: quanto mais atividade física, melhor alimentado você tem que estar. Se você está começando o dia, você tem que estar bem alimentado”
Carlos Serrano, cardiologista
É preciso fazer um exercício mental para não ceder ao apetite noturno que nem sempre é uma necessidade do corpo.
Ainda que pensado para os pacientes de câncer, problemas cardíacos e diabetes, os livros de receita podem ser seguidos por aqueles que querem ter uma alimentação saudável. O livro para pacientes de câncer, por exemplo, pode ser seguido pelas pessoas que fazem bastante atividade física, porque é rico em proteína.
Para quem busca emagrecer, pode optar pela dieta dos diabéticos, que tem pouco carboidrato. Da mesma forma, a dieta para cardiopatas, já que é uma dieta mais ampla voltada para a educação alimentar.
Como adquirir os livros
Para fazer o download basta clicar nos link abaixo
Comida que Cuida – Mais cor no prato e na vida durante o tratamento do câncer
Comida que Cuida 2 – O prazer na mesa e na vida de quem tem diabetes
Comida que Cuida 3 – Receitas e histórias para você fazer as pazes com o seu coração
Matéria publicada no site Globo.com
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