Dia 21 de setembro é o Dia Mundial de Combate à Doença de Alzheimer. A doença atualmente acomete aproximadamente de 50 a 60% da população idosa mundial e é a causa mais comum de perda de memória. De acordo com a ONU, 75% dos doentes desconhecem que sofrem do mal. A família, às vezes, é a última a perceber que aquele “simples” esquecimento, no idoso, é um sintoma.
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Não existe um diagnóstico definitivo, apenas um diagnóstico de exclusão. É preciso excluir todas as outras doenças que causam o sintoma para poder afirmar que é Alzheimer.
Ainda existe muita falta de informação sobre o Alzheimer. Sabe-se que a doença não é consequência do envelhecimento, do endurecimento das artérias e das veias do cérebro, da falta de oxigênio do cérebro, do estresse, de trauma psicológico, depressão, retardo mental ou preguiça mental.
A doença manifesta-se através de uma demência progressiva, que aumenta sua gravidade com o tempo e os sintomas começam lentamente e se intensificam ao longo dos anos. É um conjunto de sintomas que provoca alterações do funcionamento cognitivo (memória, linguagem, planejamento e habilidades visuais-espaciais) e muitas vezes também do comportamento (apatia, agitação, agressividade, delírios, entre outros), limitando, progressivamente, a pessoa nas suas atividades diárias.
O Alzheimer é dividido em três fases: inicial, moderada e avançada, e em cada uma delas os sintomas vão se intensificando até chegar a necessidade de uma supervisão contínua. O paciente não passa de um estágio direto para o outro. Ele se encontra, por exemplo, em um estágio entre o inicial e o intermediário ou entre o intermediário e o avançado.
Um diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento. Os idosos devem começar a fazer exames com 65 anos para descobrir se é possuidor da doença ou não. O paciente deve fazer um acompanhamento anual, exames de sangue e imagem para ver se está com atrofia de cérebro ou alguma carência que possa ser revertida.
O tratamento ministrado atualmente é feito através de medicamentos e programas de atividades específicos para o paciente. É importante também que os familiares e os cuidadores saibam como lidar com o doente, recebendo orientações sobre a natureza e as evoluções do Alzheimer.
É preciso ficar atento a alguns sinais de alerta e assim que percebidos, procurar o médico. São eles: problema de memória que afete as atividades diárias; dificuldade de realizar tarefas habituais, de comunicar-se, de raciocínio, desorientação no tempo e no espaço, diminuição da capacidade de juízo e crítica, alterações frequentes de humor e de comportamento, mudanças de personalidade, perda de iniciativa de fazer as coisas e colocar coisas no lugar errado com frequência.
Algumas medidas podem ser adotadas para ajudar a preservar a saúde mental e diminuir o risco de a pessoa desenvolver a doença de Alzheimer. São elas: boa alimentação, dormir bem, não fumar e beber moderadamente, praticar exercícios físicos, ter uma atividade intelectual regular e diversificada, cuidar da saúde física em geral e ir ao médico regularmente.
*André Gustavo Lima é neurologista e diretor da Clínica Neurovida.
Matéria publicada no site Jornal do Brasil
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