sexta-feira, 16 de junho de 2017

OS SINTOMAS DO ESTRESSE INFANTIL: APRENDENDO A LIDAR COM O PROBLEMA

Cada vez mais cedo, as crianças passam a ter atribuições e várias cobranças no ambiente familiar e escolar. Vivemos uma era cibernética, onde estar conectado ao mundo, através da internet, é algo natural e faz parte do cotidiano das pessoas.


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Cada vez mais cedo, as crianças passam a ter atribuições e várias cobranças no ambiente familiar e escolar. Vivemos uma era cibernética, onde estar conectado ao mundo, através da internet, é algo natural e faz parte do cotidiano das pessoas.

Por outro lado, a escassez de tempo diminui o convívio entre pais e filhos e, estudar em horário integral, agora é parte da rotina de muitas famílias. A quantidade de informações é muito grande, em especial para as crianças. Nesse contexto, entra em cena um rival da saúde e do bem estar: o estresse, que atinge a pessoas de todas as fases e do qual os pequenos não estão livres. Pesquisas da PUC Campinas afirmam que o estresse atinge crianças em fase escolar de forma expressiva. Se elas apresentarem comportamentos incomuns, os responsáveis devem identificar o que pode estar causando o estresse e buscar diminuir a pressão sobre elas.

“Criança muito protegida não desenvolve imunidade ao stress. Não a poupe em demasia. Quando não for possível protegê-la do estresse excessivo, como no caso de uma morte na família ou uma mudança de cidade, é necessário fortalecê-la para lidar do melhor modo possível com a situação”, adverte a especialista em estresse e fundadora do Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS-SP)

A prática de esportes também é uma excelente maneira de diminuir e controlar o estresse em crianças. A produção de beta endorfinas, liberada durante as atividades físicas ajudam a diminuir a pressão, já que causam a sensação de paz e tranquilidade.

“O esporte ajuda a reduzir a tensão, através do relaxamento muscular que se segue ao esforço. Estudos indicam que o adulto que praticou esporte quando criança é muito mais adepto a continuar praticando na idade adulta, o que se torna fundamental para a boa saúde física e mental do ser humano”, defende a especialista.

Uma questão de tempo 

O estresse em si não é uma doença. Trata-se de uma reação do organismo com componentes físicos e psicológicos e, a depender do grau que atinge, pode provocar outros males. Muitos são os fatores do estresse, entre eles a sensação de medo, irritação, excitação. Em crianças na fase escolar, o estresse pode provocar dificuldade de concentração, desobediência, ansiedade, depressão, agressividade, pesadelos e insônia. Entre as suas consequências físicas estão episódios de asma e bronquite, hiperatividade, obesidade, sensação de mal estar, dores de cabeça.

Todas as crianças podem desenvolver estresse e já nos primeiros anos de vida, podem se defrontar com diversas situações causadoras desse mal. Doenças, acidentes, nascimento de irmãos, mudança de casa, de escola, de empregada, briga entre os pais e ausência deles são determinantes para o estabelecimento de um quadro de estresse na infância.

Por estarem em desenvolvimento intelectual, emocional e afetivo, apoio da família é fundamental para que as crianças reajam com equilíbrio diante de situações estressantes. A maneira pela qual lidam com elas vai determinar sua resistência às tensões da vida adulta. Os pais também não devem colocar pressões demais sobre os filhos, respeitando seus limites em todas as áreas. Vale ressaltar a importância de ouvir com atenção quando os filhos compartilham suas dificuldades.

É importante que a criança tenha tempo livre para poder brincar sem compromisso, para sonhar e para pensar no mundo ao seu redor. É preciso haver pausas nos horários de atividades, com espaços vagos onde a criança possa ficar a vontade para fazer coisas próprias à sua idade.

De acordo com a especialista Marilda Lipp, nas horas livres a criança aprende que sua própria companhia é boa, aprende a viver sem ter companhia ou atividade constante. O tempo deve ser dividido de acordo com a idade e a necessidade de cada criança, conforme as suas atividades. Deve ser reservado um período para cada uma, com hora marcada para aquelas que são de rotina, como os estudos.

São sintomas do estresse infantil:

Mau humor

Irritabilidade

Hipersensibilidade emotiva

Dor de cabeça, dor de estômago

Dor nas pernas

Inquietude

Problemas de pele

Vale lembrar que a predominância de um só sintoma não significa que a criança tenha estresse. É necessário que vários sintomas ocorram ao mesmo tempo para que o diagnóstico seja feito.

De acordo com Marilda Novaes Lipp, especialista em estresse e fundadora do Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS-SP), a entrada no primeiro ano escolar é o período mais estressante para as crianças e, em todas as faixas etárias, o estresse atinge mais as meninas do que os meninos. “Toda mudança é capaz de gerar estresse e a entrada na fase escolar representa uma dessas mudanças. 

Convívio com outros colegas, início da competitividade, professores não muito tolerantes, imposição de limites, tudo isto pode gerar estresse”, explica ela.

Se não for tratada, a criança com estresse pode se tornar um adulto estressado ou vulnerável a desenvolver um quadro de estresse. Para isso o auxílio de um psicólogo, de preferência com experiência em estresse é indicado para que a criança aprenda a lidar com as situações estressantes.
“Se a criança for ensinada a lidar com os estressores da vida, após o episódio de estresse, ela poderá ficar mais fortalecida, como se tivesse sido vacinada. Mesmo aquela que passa por grandes problemas, pode vir a ser um adulto saudável se tiver ajuda para adquirir estratégias de enfrentamento do estresse”, conclui.

Matéria publicada pelo site Esporte Essencial

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