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Com o desafio do processo de envelhecimento, os principais problemas enfrentados por essa população são as doenças crônicas. Dentre elas, destacam-se as artroses – sendo que as mais prevalentes se encontram no joelho, quadril e coluna. Nesse artigo vamos explorar, de maneira mais aprofundada, a artrose de joelho.
A osteoartrose (OA) é uma doença reumática degenerativa que atinge as articulações sinoviais e caracteriza-se por apresentar alterações na cartilagem articular, dando origem a erosões e fissuras.
Também são observadas micro-fraturas, cistos, esclerose do osso subcondral e formação de osteófitos nas bordas articulares, provocando rigidez, dor articular e progressiva perda de função, sendo assim uma doença altamente incapacitante que afeta as atividades de vida diárias dos seus portadores. A dor na OA tem origem nas compressões causadas pela deformidade na articulação (Greve et al., 1992).
Em um estudo epidemiológico, Lembrão e Laurenti (2005) verificaram que a OA tem uma alta prevalência, sendo predominante no sexo feminino, com 39,6% contra 20,6% no masculino.
Foi verificada, nesse estudo, uma importante limitação de AVD´s nos idosos: 22,1% informou ter alguma limitação, 40,5% pouca limitação somando 62,6%. A OA não tem sua etiologia bem definida, porém pode acontecer de forma primária (idiopática) ou secundária ocasionada por obesidade, trauma, fatores metabólicos, hereditários, entre outros.
O diagnóstico é estabelecido pelo quadro clínico que compõe dor, crepitação e rigidez matinal, entretanto quando temos essas evidências devemos investigar através do Raio-x para verificarmos a diminuição do espaço articular e presença de osteófitos.
Função muscular e OA
As queixas referentes a alterações da função muscular estão presentes em uma grande maioria dos portadores de OA, cerca de 80% das pessoas com artrose de joelho e quadril relatam problemas relacionados à função muscular, especificamente quanto a força, resistência, equilíbrio e coordenação.
Sabe-se que a estabilidade anatômica e funcional do joelho é sustentada pelos ligamentos e pelos grupos musculares que envolvem o mesmo, e o quadríceps é o mais importante estabilizador dessa articulação.
Porém, não devemos ignorar todos os músculos que envolvem essa articulação. Essas informações são de extrema importância para que o atendimento ao seu cliente seja eficaz.
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Exercício e OA
Em função da gravidade da disfunção física que pode ocorrer na OA, o objetivo principal do tratamento não deve ser somente o alívio dos sintomas, mas também na melhoria da capacidade funcional.
Para que tais metas sejam alcançadas, devemos proteger de danos as articulações vulneráveis e prevenir as incapacidades e o declínio da saúde proveniente da inatividade.
Logo, os principais objetivos a serem alcançados, são: o alívio ou diminuição da dor, o aumento da amplitude do movimento (ADM), aumento da força, potência e resistência muscular, com a consequente normalização da marcha e a otimização das AVD´s. Segundo Fischer et al., 1994, a utilização de protocolos compostos por exercícios isométricos no início do tratamento tem como objetivo proteger a articulação.
Posteriormente progredir para exercícios isotônicos com carga progressiva para quadríceps e ísquiotibiais em associação com programas de resistência, e alongamentos para as cadeias musculares anteriores e posteriores do membro inferior.
Ainda segundo Fischer, o músculo deve ser trabalhado em vários comprimentos (ângulos articulares), principalmente nos ângulos mais longos, pois estes tem importância para levantar da cadeira, subir escadas, etc. Ettinger, 1997, verificaram a eficácia de protocolos de exercícios através de um estudo duplo-cego, com duração de 18 meses, conduzidos em 2 centros universitários americanos.
Eles trataram 439 sujeitos idosos com OA, vivendo na comunidade, divididos em 3 grupos que receberam diferentes protocolos: o primeiro grupo recebeu exercícios aeróbios, o segundo, um programa de exercícios de resistência com contração isotônica na mesa extensora, em 2 séries de 12 repetições com uma frequência de 3 vezes na semana e o terceiro grupo recebeu um protocolo educacional, sem nenhum tipo de orientação de exercício.
Os resultados demonstraram que os pacientes que receberam os protocolos de exercícios melhoraram seu desempenho nas medidas de avaliação das limitações funcionais e da dor, sendo mais significativos no grupo que realizou exercícios resistidos, sugerindo que os exercícios devem ser prescritos como parte do tratamento dos clientes com OA de joelho.
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Marco Lopes é especialista em treinamento durante o envelhecimento, fundador da Fisiofit Sênior e Expert do Portal.
Referências
Greve et al. Tratamento Fisiátrico da dor na Osteoartrose. Rev. Hosp.Clin. Fac. Med. São Paulo, 47(4): 185-189, 1992.
Lembrão, M.L.; Laurenti, R. Saúde, Bem-estar e envelhecimento: o estudo SABE do município de São Paulo. Rev. Bras. Epidemol. 2(8): 127-141, 2005.
Fischer et al. Effects of a muscle exercise program on exercise capacity in subjectives with osteoarthritis. Arch. Phys. Med. Rehabil., 75: 7792-7797, 1994.
Ettinger, W.R. A randomized trial comparing aerobic exercise and resistance exercise with a health education program in older adults with knee osteoarthritis. The fitness arthritis and sênior trial. JAMA, 277(1): 25-31, 1997.
Duarte et al. Exercício físico e osteoartrose: uma revisão sistêmica. Fisioter. Mov. 26(1): 193-202, 2013.
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