quarta-feira, 27 de julho de 2016


São Cristóvão tem estação de trem reformada para Jogos Olímpicos no Rio

São Cristóvão tem estação de trem reformada para Jogos Olímpicos no Rio. Foto: SuperVia
A concessionária SuperVia entregou hoje (27) a estação de trem de São Cristóvão, reformada para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Ao todo, a concessionária investiu R$ 250 milhões para revitalizar também as estações de Engenho de Dentro, Deodoro, Magalhães Bastos, Vila Militar e Ricardo de Albuquerque.
A previsão da concessionária é que no período dos Jogos sejam ofertados 3 milhões de lugares nos trens, diariamente, em cerca de 1.300 viagens. Os trens são importantes para o transporte público durante os Jogos Rio 2016 por contarem com estações situadas em pontos estratégicos para os locais das competições.
As reformas foram feitas para atender exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI). As estações do Maracanã, Madureira e Central do Brasil já tinham sido reformadas em período anterior, e a de São Cristóvão foi a última da série.
A estação atende aos cinco ramais da concessionária e é a terceira mais movimentada do sistema, com média de 33 mil embarques por dia. Além de ser usada como ponto de embarque e desembarque para o Estádio do Maracanã, onde vão ocorrer as cerimônias de abertura e encerramento e jogos de futebol, a estação pode ser usada para quem for de trem ao Estádio Olímpico Engenhão, ao Complexo de Deodoro e ao Sambódromo.
A parada de São Cristóvão é ligada ao metrô, o que também possibilita ligação direta com os pólos olímpicos de Copacabana e da Barra.
Após as obras, a estação passa a ter capacidade de receber o dobro do número de passageiros do que a média atual. As obras de melhorias incluem três elevadores e três escadas rolantes de ligação entre mezanino e plataformas, reforma da nova área de acesso, agora cinco vezes maior do que a antiga, que ganhou uma passarela de integração direta com o metrô.
Segundo o presidente da concessionária, José Carlos Prober, a sensação da empresa é de “dever cumprido” por ter entregado as instalações reformadas antes dos Jogos Olímpicos. Prober destacou que tudo foi feito sem impactar o serviço de trens, o que tornou o trabalho como “extremamente positivo”.
“Essa era uma estação acanhada, que não estava a altura da importância que tem. Conseguimos realizar diversas melhorias, como novos banheiros acessíveis, lojas que movimentarão nosso ambiente, rampas ligando diretamente a estação até a radial oeste e a Quinta da Boa Vista, sem falar na integração direta com o metrô, assim como é na do Maracanã. Ver que tudo isso foi feito sem afetar em nada o serviço nos dá a sensação de dever cumprido e muito orgulho”, disse.
As estações Maracanã, Central do Brasil e Madureira, com integração com o BRT Transcarioca, com acessibilidade plena, também são fundamentais para o atendimento ao público durante a Olimpíada.

Olimpíada: último contingente de militares para a segurança chega hoje ao Rio


Tânia Rêgo/Agência Brasil
O último contingente de militares que reforçarão a segurança da cidade durante os Jogos Olímpicos Rio 2016 chega na tarde de hoje (27), desembarcando na Base Aérea do Galeão. Cerca de 21 mil militares atuarão na segurança até o fim da Olimpíada.
Os Jogos Olímpicos Rio 2016 serão realizados entre os dias 5 a 21 de agosto, com mais de 10 mil atletas de 206 países. Já os Jogos Paralímpicos ocorrerão de 7 a 18 de setembro, trazendo mais de 4 mil atletas de 176 nações ao Rio de Janeiro.
Hoje, os militares que já se encontram no Rio fizeram mais um exercício. O simulado envolveu a proteção da Estação das Barcas, no centro de Niterói. A atividade foi na Praça Araribóia, onde o exército envolveu o estabelecimento de postos de segurança, empregando viaturas operacionais e um efetivo de 140 militares.
Segundo o coronel Mário Medina, porta-voz do Comando Geral de Defesa de Área, órgão responsável pelos militares no Rio durante os Jogos, o exercício estava previsto para verificar as condições que serão encontradas durante a Olimpíada.
Medina assegurou que o fluxo das barcas ocorrerá normalmente durante os Jogos e disse que o trabalho dos militares conta com respaldo de outros órgãos. “Estamos confiantes em um bom trabalho. Tivemos vários exercícios e agora começamos a fase de operações, algo mais concreto. Aqui mesmo nas barcas contamos com a segurança privada da empresa, teremos apoio das forças regionais e muitos outros. São vários entes participando para garantir a total tranquilidade do nosso povo e dos turistas que estiverem por aqui”, disse.
Agência Brasil

Entenda os benefícios do Karatê

Atividade física faz bem para a saúde e todo mundo sabe. Mas por que algumas pessoas têm tanta dificuldade em se manter no exercício? Encontrar uma modalidade que dê prazer é um dos primeiros passos para quem quer manter uma rotina adequada. Uma opção que tem feito sucesso nas academias é a luta – karatê, por exemplo, e uma atividades que faz bem não só para o corpo, mas também para a mente.


Atividade física faz bem para a saúde e todo mundo sabe. Mas por que algumas pessoas têm tanta dificuldade em se manter no exercício? Encontrar uma modalidade que dê prazer é um dos primeiros passos para quem quer manter uma rotina adequada. Uma opção que tem feito sucesso nas academias é a luta – o karatê, por exemplo, e uma atividade que fazem bem não só para o corpo, mas também para a mente.
Segundo o médico do esporte Gustavo Magliocca, qualquer pessoa em qualquer idade pode se aventurar em algum tipo de luta, mas é importante sempre respeitar as limitações de cada um. Se bem indicado, o exercício pode mudar a qualidade de vida da pessoa e se tornar uma atividade constante, já que libera hormônios que dão sensação de prazer e bem-estar. A  lutas são preferidas, principalmente pelas mulheres, é o – de acordo com o  essa modalidade trabalha muito os membros inferiores, além de aliviar o estresse e aumentar a autoestima. O médico do esporte Gustavo Magliocca acrescenta ainda que ainda pode melhorar a flexibilidade e o alongamento. 
O professor Ulisses Isobe falou sobre o karatê, modalidade que foca no trabalho de pernas e abdômen, e que ajuda também no alongamento. Há ainda o trabalho de isometria, que ajuda a melhorar a estabilidade do corpo, como explicou o médico do esporte Gustavo Magliocca.
Com base na matéria publicada pelo site Bem Estar 

segunda-feira, 18 de julho de 2016

domingo, 17 de julho de 2016

BENEFÍCIOS DO KARATE PARA MULHERES

 

   Na história do Karate-dō as mulheres sempre estiveram presentes e com grande destaque. A própria esposa de Gichin Funakoshi era uma praticante, mesmo que as referências não apontem seu nome facilmente. Há quem diga que ela possuía um nível técnico melhor do que o próprio mestre. Por isso, hoje vamos comentar sobre os benefícios que o Karate-do pode trazer ao público feminino.

1 - SERVE PARA A DEFESA PESSOAL

   A questão da defesa pessoal é fundamental para as mulheres. Não importa o quanto nós, homens, tentemos imaginar; nunca saberemos como é a sensação de estar expostos aos riscos e circunstâncias diárias que uma mulher vive. Quanto a isso, a prática do Karate-do traz muitos benefícios, pois estimula o poder físico e mental da mulher, ensinando-as a utilizar suas forças e características pessoais de forma prática e eficiente. Aquele que menospreza isso nunca praticou kumitê (luta), de verdade, com alguma colega de Dojo.


2 - AUMENTA AUTOESTIMA E AUTOCONFIANÇA

   Mais que uma prática física, o Karate-do auxilia a pessoa a descobrir e desenvolver seus talentos potenciais. Isso auxilia em sua caminhada enquanto ser humano e, principalmente, enquanto mulher. Os desafios constantes do aprendizado possibilitam que a mulher (re)encontre sua força diariamente. Além disso, enquanto esporte de conquista individual, o Karate-do trabalha o valor do esforço e da recompensa que vem dele: a satisfação consigo mesmo.


3 - TRABALHA E DEFINE O CORPO

  Devido ao tipo de trabalho físico envolvido, o Karate-do é um excelente exercício. As bases fortalecem os membros inferiores e glúteos, os golpes de mão torneiam os braços, dentre muitos outros exemplos. Todas as partes do corpo são trabalhadas nessa arte. 

4 - AUMENTA A RESISTÊNCIA
 As atividades do Karate-do são consideradas de grande velocidade e explosão, cujas características envolvem o aumento de potência e resistência muscular no corpo. Já é evidenciado que essas são características essenciais à qualidade de vida em qualquer idade, especialmente à medida que o tempo passa.

5 - MELHORA A CAPACIDADE CARDIOVASCULAR


  Devido às características já citadas, aliadas ao trabalho físico complementar constante das aulas, o rendimento cardíaco aumenta, bem como o fôlego e produção de energia de via aeróbia. Esse é um diferencial muito grande quanto à prevenção de doenças cardiovasculares.

6 - DESINIBE OS TÍMIDOS E ACALMA OS ANSIOSOS

   É difícil de imaginar, mas é possível, sim, atingir esses dois objetivos. No dia a dia dos treinos você se depara com situações em que precisa se posicionar, cada uma a seu tempo e orientada pelo professor. Isso auxilia as tímidas a relaxar e estimula o convívio social entre colegas. E, devido aos momentos de reflexão e paciência inerentes às aulas, trabalha a paciência e o autocontrole.

7 - AUMENTA A FLEXIBILIDADE

   Os exercícios com os membros superiores e inferiores, bem como o trabalho de quadril constante faz com que o corpo se solte aos poucos. Devido ao trabalho de chutes diário você vai aumentando sua flexibilidade e capacidade de produzir força. Isso mesmo, quanto mais flexível você fica, mais forte vai se tornar, pois o músculo aumenta sua área de seção longitudinal.

8 - AUMENTA A COORDENAÇÃO MOTORA

   Se você é uma daquelas pessoas que troca as mãos e os pés a toda hora, bem-vinda! Isso é uma característica bem comum nos iniciantes, ainda mais nos dias atuais, em que vivemos cada vez mais sentados em escritórios, atribulados com as atividades administrativas. O Karate-dō trabalha ambos os lados do corpo de forma igual, favorecendo seu controle motor e desenvolvendo esses aspectos, também essenciais na vida diária.

9 - AUMENTA OS REFLEXOS

  Você fica mais esperto com o Karate-dō. A esquiva e a defesa são princípios essenciais dessa arte, fazendo com que você trabalhe seus reflexos de forma prática. A cada aula você melhora um pouco mais.

10 - AJUDA NO CONTROLE EMOCIONAL

   Com certeza! Assim como em tudo o que fazemos, durante a prática do Karate-do encontramos desafios diários que nos testam e exigem autocontrole. Pode ser um movimento novo que não conseguimos dominar, uma apresentação em público que nos paralisa ou até um exame de faixa, tudo isso exige que centremos nossas emoções e pensamentos. E, cada vez mais, nos desenvolvemos como seres humanos através dessas conquistas.

Oss!




Créditos: Brandel Filho





quinta-feira, 14 de julho de 2016

Artes marciais são apontadas como atividades perfeitas para quem já passou dos 50 anos

Nos dias atuais, com vilões como o sedentarismo, a obesidade, as disfunções alimentares e a depressão, as artes marciais, não só como atividade física, são cada vez mais importantes para quem deseja uma existência saudável, com corpo, alma e espírito em sintonia.

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Filosofia de vida, elas garantem vitalidade e prevenção de doenças
Tomando ela própria como exemplo, a sensei Eni Fantini, de 80 anos, destaca o bem que a arte marcial pode fazer e trazer para a vida das pessoas
A ideia é assumir o papel de guerreiros em busca da saúde e do bem-estar. No século 21, com o turbilhão do cotidiano, o ritmo frenético e o estresse galopante, para ter qualidade de vida é preciso se transformar em verdadeiros samurais, comprometidos com a mente e o corpo sãos. Se, num primeiro momento, parece estranho, saiba que as artes marciais são apontadas como atividades perfeitas para quem já passou dos 50, 60 e até dos 70 anos… É isso mesmo! Kung fu, caratê, aikido, jiu-jítsu e tai chi chuan praticadas com o devido cuidado são garantia de vitalidade e prevenção de doenças.
   Desenvolvidas originalmente como métodos de autodefesa, as artes marciais assumiram, ao longo da história, diversos papéis. Já não são treinamentos para guerreiros em conflitos. Hoje, são vistas (principalmente no mundo ocidental) como esporte, e praticadas por estética. Com tradição milenar, jamais perderam a essência da defesa pessoal e o enfoque na formação do ser humano. É uma filosofia de vida.
   Nos dias atuais, com vilões como o sedentarismo, a obesidade, as disfunções alimentares e a depressão, as artes marciais, não só como atividade física, são cada vez mais importantes para quem deseja uma existência saudável, com corpo, alma e espírito em sintonia.
   Do Rio de Janeiro, o sensei Naoyuki Hirakawa, graduado em vários estilos de caratê, muito respeitado no meio e não só no Brasil, diz que, “com várias direções e movimentação diferente o corpo fica equilibrado e desenvolvido. Não se escolhe lado numa luta. A arte marcial de verdade, diferentemente do esporte, é equilíbrio, não tem preferência por golpe”. Com seus 71 anos, cerca de 1,50m e não mais que 50 quilos, parece incrível, mas Naoyuki controla com facilidade pessoas com o dobro do seu peso.    “As artes marciais são bem antigas. Então, para que treiná-las no mundo moderno? Metade da minha vida fui fanático. Com o tempo e a idade, entendi para que elas servem nos dias de hoje. No treinamento há confronto, mas antes do contato físico tem o mental. Sem isso seria apenas força bruta. Elas começaram junto com o pensamento budista, têm ligação com o budismo antigo e, por isso, é uma filosofia rica e profunda, que traz saúde. As artes marciais oferecem equilíbrio mental e proporcionam estabilidade emocional. Não dá para esquentar a cabeça à toa.”
   Os benefícios chegam não só num corpo em forma, mas protegido (ou mais resistente) a doenças e com ganho extra de flexibilidade, elasticidade, agilidade. Enfim, tudo que fará diferença para melhorar o dia a dia. As artes marciais atuam tanto no lado físico quanto no psicológico. Na China, elas são usadas há séculos como exercícios para a saúde, respeitando a particularidade da idade. As lutas, cada uma com suas características, desenvolvem diversas aptidões físicas que os idosos precisam para ter qualidade de vida. Atuam na concentração e rapidez de raciocínio. Sem falar no desenvolvimento da disciplina, da socialização, do companheirismo, da autoconsciência e do lazer.
   Mineira de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a sensei Eni de Oliveira Fantini, de 80, dá aulas de desenvolvimento de ki (ou ki aikido), que é a parte filosófica do aikido. Ela revela o bem que a arte marcial pode fazer e trazer para a vida das pessoas, tomando-a como exemplo. “Ela é o meu trabalho final na Terra, criar relacionamento com pessoas e grupos e, neste nível, ser respeitada na minha dignidade e ver o outro como igual. O ki aikido me dá essa oportunidade e o faz por meio do corpo e não só pelas palavras, mas pelo movimento conjunto, em dupla e com o grupo todo. O corpo aprende e nos proporciona a chance de nos sentirmos bem e enxergar o outro.”

Filosofia de vida
   Com respeito aos ensinamentos passados, senseis destacam princípios, benefícios, valores e a contribuição das artes marciais na promoção do bem-estar físico e emocional do praticante
   O sensei Naoyuki Hirakawa (de preto) usa o boken (bo – madeira e ken – espada), que representa as características de forma, peso e balanço de uma katana, a icônica espada samurai
   O homem é corpo e mente. Uma atividade que proporcione bem-estar físico e emocional é o encontro perfeito para manter o equilíbrio. O aikido é a arte marcial adotada pelo sensei Alcino Lagares, de 67 anos, para caminhar nesta existência. São 31 anos de prática, 5º dan e um aprendizado sem fim. Ele conta que o aikido faz parte da sua vida, assim como a filosofia. Aos 6 anos, ele encontrou, num canto da casa do avô, o livro Manual de filosofia, de Theobaldo Miranda Santos. “Eu tinha muitas perguntas, me encontrava pensando neste mundo e, com receio de perguntar aos adultos, encontrei nesse livro muitas respostas, e mais perguntas. Aos 9, 10 anos, depois da missa de domingo, ia para a matinê, em       Governador Valadares, e, antes de passar o filme, vi uma luta dos Gracie (família responsável pela difusão do jiu-jítsu no Brasil e idealizadora do estilo da arte marcial brasileira conhecido mundialmente). Fiquei impressionado. Comprei, por reembolso, um livro de defesa pessoal e comecei a fazer os movimentos em casa com uma cadeira, de acordo com os desenhos. Treinava sozinho.”
   Aos 16 anos, Alcino passou no concurso para a Polícia Militar (hoje, é da reserva, tendo feito carreira de cadete a coronel), e foi onde teve contato real com a defesa pessoal. Apanhou muito antes de aprender e se tornar faixa preta de judô. Em 1969, ao assistir a uma apresentação de aikido no Rio de Janeiro, se deparou com o destino, que só se revelaria anos depois, em 1984, quando passou a treinar com um professor da colônia japonesa de Belo Horizonte. “Encontrei a identidade do que buscava quando criança, que é a proteção às pessoas. Nada tenho para ensinar, posso, sim, ajudar alguém a aprender. Faço isso com pessoas de todas as idades, por meio do aikido, arte marcial com a filosofia de proteção do ser humano, que entende que toda agressão parte de um indivíduo desequilibrado. O normal não é agredir o semelhante. O aikido não tem objetivo de derrotar, e, sim, fazer a pessoa perceber como está agredindo alguém. Nas palavras do fundador, se você derrota uma pessoa, será o vencedor, mas será invencível se derrotar você próprio, como a violência, ignorância, o preconceito.          Nós existimos para viver em paz, de forma cooperativa.”
Sensei Alcino Lagares, de 67 anos, diz que o aikido não tem objetivo de derrotar, e, sim, fazer a pessoa perceber como está agredindo alguém.

EQUILÍBRIO
   O caratê está enraizado na vida do sensei Naoyuki Hirakawa. Com conhecimento, ele alerta que a arte marcial de verdade é o equilíbrio. E todos podem fazer. Não importa se você tem 10 ou 60 anos, porque há um nível de acordo com cada idade e inúmeras técnicas. Naoyuki, que desenvolveu um estilo próprio chamado mugen ryu (ryu é escola ou estilo, e mugen significa evolução contínua, trata-se de um estilo fluido, leve, preciso e poderoso, que mescla mãos livres e espada), aos 71, dá aulas de kenjutsu (arte da espada), jojutsu (arte de bastões) e taijutsu (arte de mãos livres). Sábio, ele lembra que não é necessário sofrer para aprender. “O aprendizado tem de ser alegre e divertido. O sofrimento físico pode ser, mas o mental não. O espírito tem de ser leve.”
   Já o sensei Alcino avisa que o aikido é o caminho da harmonia e vai além dos benefícios de uma atividade física, com aquecimento muscular, movimentos corporais, lições para aprender a cair sem machucar, ter flexibilidade, agilidade, técnicas para derrubar, imobilizar, uso de bastões e espadas. Há o exercício intelectual e o desenvolvimento de uma forma de energia interior, uma força do espírito que unifica mente e corpo. “Fazemos coisas pouco comuns, como alguém com o dobro do meu peso não conseguir me empurrar. Tudo por causa da projeção de energia. Por isso, dizemos que não ensinamos, mas ajudamos o outro a aprender, a se desenvolver, assim como a respirar pelo diafragma e diminuir a ansiedade, ficar mais tranquilo e ter equilíbrio emocional. O aikido nos dá tudo isso. Não é o ponto de chegada, mas o lugar para percorrer ao longo da vida.”
   Não existe nenhum segmento da população que obtenha mais benefícios com a atividade física do que os idosos. A arte marcial promove, entre outros, força muscular e equilíbrio.
“A memória mais lúdica e remota que tenho da minha infância são as aulas de judô, que meu pai, faixa marrom e campeão mineiro dessa modalidade, tinha paciência e prazer em me treinar. Por meio dos seriados e filmes de artes marciais da década de 1980 conheci o kung fu. Dos 12 anos até agora, aos 42, pratico com o mestre Robson Antônio Lopes Pires. Hoje, percebo o quanto o kung fu é importante em minha vida. Perseverança, concentração, flexibilidade física e mental, compaixão, empatia e respeito ao próximo são os frutos que colhi. Recursos fundamentais que sempre utilizo na minha vida pessoal e profissional. Ouso dizer que até minhas escolhas profissionais sofreram influência da disciplina das artes marciais”, revela Cristiano Miranda, cardiologista do Hospital Lifecenter, que completa: “Minha paixão e engajamento começaram no fim da minha primeira aula com o mestre Robson. Ele pediu para que aquelas crianças se sentassem e nos ensinou a respirar em meditação. Antes de sair da sala, disse uma frase que define a pura essência das artes marciais, pautadas em filosofia edificante – ‘O céu manda água à terra, mesmo sabendo que a terra jamais lhe mandará flores’”.
   Cristiano é um entusiasta das artes marciais e não vê problema em idosos adotá-las, desde que observem as opções e a saúde física para escolher a modalidade e o estilo. “É bom avaliar as condições cardiovasculares, osteomusculares, bem como outras doenças presentes. É importante ressaltar que, mesmo tendo alguma doença, raramente o idoso terá contraindicação à atividade física, desde que seja avaliado por um cardiologista ou um médico especialista em medicina esportiva, com a prescrição do exercício a ser realizado. É importante trabalhar de forma multidisciplinar com o fisioterapeuta e o educador físico, para a aplicação correta das atividades e de intensidades.”
Para o cardiologista Cristiano Miranda, os mais velhos são extremamente respeitados, acolhidos e venerados dentro dessas artes.
   O cardiologista, que atende e acompanha atletas, lembra que as artes marciais para compreensão ocidental são definidas como práticas físicas e mentais com o objetivo de desenvolvimento da saúde física, mental e filosófica. “Além da defesa pessoal, é uma forma de forjar o caráter com autoconfiança, mantendo o respeito ao próximo. Praticada por crianças e jovens, deve ser estimulada para os idosos. Os mais velhos são extremamente respeitados, acolhidos e venerados dentro dessas artes, seja pela experiência de vida fora ou dentro das academias, seja pelo conhecimento das técnicas passadas de geração a geração.”

INDEPENDÊNCIA
   O médico lembra que, para a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é aquele acima de 60 anos. No Brasil, houve um aumento da população idosa de 280% em cinco décadas. “O processo de envelhecimento reduz drasticamente a massa, a força e a potência musculares, diminuindo a capacidade de execução das atividades da vida diária. Portanto, não existe nenhum segmento da população que obtenha mais benefícios com a atividade física do que os idosos. A arte marcial é uma excelente opção a ser estimulada. Ela promove flexibilidade, relaxamento, força muscular, equilíbrio e coordenação motora, condicionamento cardiorrespiratório, concentração, facilitando a possibilidade de ser mais independente para os afazeres diários, atividades ocupacionais e de recreação.”
   Cristiano explica que, com o passar dos anos, as artérias vão perdendo a elasticidade, tornando-se mais rígidas. Essas modificações levam ao aumento da pressão arterial (60% mais frequente nos idosos), dificultando o trabalho do coração e facilitando o surgimento de doenças do sistema cardiovascular (DCV), como o infarto do coração, o acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral, e outros. Importantes instituições médicas, como American College of Sports               Medicine e o American Heart Association, recomendam o treinamento de força muscular e de melhora do condicionamento aeróbico para idosos, devido aos seus comprovados benefícios osteomusculares, redução da pressão arterial, do colesterol, glicemia, triglicérides e com consequente redução das doenças cardiovasculares. “A arte marcial é uma atividade física que, além de promover exercícios de força muscular e condicionamento aeróbico, reduz esses fatores de riscos para as DCVs.”
   De acordo com o cardiologista, os cuidados para começar nas artes marciais são os mesmos para todo idoso que queira iniciar qualquer atividade física. “Uma avaliação pré-participação esportiva, onde serão verificadas doenças pregressas e atuais, uso de medicamentos e das doenças musculoesqueléticas. Entre os exames complementares, o mais importante é o teste ergométrico. Assim, o médico prescreverá a atividade física segundo o condicionamento cardiorrespiratório, a força muscular e a flexibilidade.”
   Cristiano diz que a arte marcial pode contribuir com a longevidade, uma vez que estimula os hábitos saudáveis, como a redução do estresse e o desenvolvimento de recursos mentais, levando à compaixão e à sabedoria. “Pesquisas indicam que a redução do estresse mental e a atividade física podem alterar a expressão de seu código genético, em especial a reconstrução dos telômeros, componente dos genes atribuídos à longevidade.”

Mantenha-se em movimento
   Seja qual for a atividade física, será sempre bem-vinda em qualquer momento da vida. É o que diz o geriatra e gerontólogo Antonio Roberto Casarões, com mais de 40 anos de medicina. E a indicação é cada um optar por aquela que mais se adequar ao seu estilo. “Não é a pessoa que se adapta ao exercício. O ideal é fazer o que tem aptidão, condição, interesse e prazer”, ensina.
   O médico alerta que as contraindicações vão depender da proposta de cada atividade. “Até uma simples caminhada pode ser contraindicada se a pessoa tiver, por exemplo, desgaste de articulação. Nesse caso, a caminhada passa a ser uma agressão. Ou quem tem um processo de desgaste de artrose no joelho, o melhor é procurar uma atividade aquática, por causa do baixo impacto.”
Geriatra e gerontólogo, Antonio Roberto Casarões defende a adoção das artes marciais como um modo de vida (Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Geriatra e gerontólogo, Antonio Roberto Casarões defende a adoção das artes marciais como um modo de vida
   O geriatra enfatiza que, “se a pessoa reúne interesse e aptidão física por um tipo de arte marcial, não vejo nenhum inconveniente. Aliás, pelo contrário. Os benefícios são muitos e não só como atividade física, mas fará bem para a respiração, bem-estar, flexibilidade, postura, equilíbrio e contribuirá até com a memória. As artes marciais podem ser adotadas como um modo de vida”.
   Como para qualquer exercício ou prática esportiva, independentemente da idade, toda pessoa precisa passar por uma avaliação médica antes de começar a se exercitar. Antonio Roberto ensina que “o objetivo não é nos tornarmos atletas, mas nos mantermos em movimento, capazes, sem limitações e com autonomia”.

Evolução e flexibilidade
   O professor Rômulo Lagares, dono da BuTokuDen Aikido, explica que, de forma geral, podemos entender as artes marciais como sendo flexíveis ou duras, variando de intensidade entre um extremo e outro. “Dentro de cada estilo, podemos ver que existirá uma evolução em direção à flexibilidade.     Analogia interessante é observarmos a fluidez e a flexibilidade como características da vida saudável, seja de plantas ou pessoas, enquanto algo seco, duro e quebradiço nos remeta a algo definhando e morrendo. Os estilos mais duros não preservam a saúde, a não ser que o praticante supere essa condição e evolua em direção à flexibilidade”. Abaixo, ele define algumas delas:
» karatê: normalmente, estilo duro, em linha, com golpes de pancada, principalmente, utilizando as pontas do corpo (pés, mãos, cotovelos, joelhos etc.).
» Aikido: arte marcial no sentido clássico, porque não foi transformada em esporte de competição. Seu fundador, Morihei Ueshiba, foi contemporâneo de Jigoro Kano (fundador da arte marcial judô). É o extremo da flexibilidade das artes marciais japonesas, fisicamente baseada em movimentos circulares, o que torna a prática leve e saudável. É a filosofia de preservação da dignidade humana transformada em gestos. Treina-se por meio da cooperação. Física e estrategicamente, sua especialidade é harmonizar conflitos e, esteticamente, é flexível, fluida, circular, com projeções, rolamentos e imobilizações além de desenvolver a consciência corporal.
» Jiu-jítsu: termo genérico para designar todas as artes marciais japonesas sem armas. Posteriormente, foi adotado como nome do esporte brasileiro, criado a partir das técnicas japonesas, pela família Gracie. Jiu “suave”, Jítsu, “arte”. Hoje, é uma luta flexível, sem pancadas, agarrada e especializada no “chão”, cujas características são alavancas, para forçar as articulações, imobilizar e estrangular.
» Kung fu: termo contemporâneo para designar o antigo boxe chinês. Registro formal mais antigo de artes marciais da história. Ao longo dos anos, ele se diversificou e desdobrou em incontáveis formas e estilos. A princípio, seria um estilo duro, em linha, com pancadas aplicadas com as extremidades do corpo contra os pontos vulneráveis do oponente. Mas há estilos bem flexíveis.
» Tai chi chuan: tido por muitos como uma evolução do kung fu, é elegante, leve e flexível. Sem aplicabilidade prática em combate, é uma atividade muito saudável para o corpo e para a mente. Para praticantes experientes em estilos mais objetivos durante a juventude, o tai chi chuan conferirá grande poder. Nesse sentido, é dito se tratar do ápice das artes marciais chinesas.

Aprendizado constante
   Ao pensar nas artes marciais, muitas vezes, a força física é a primeira ideia. Mas há qualidades mais importantes, como a energia e seus princípios. O desenvolvimento de ki (parte filosófica do aikido) é treinado por meio de movimentos práticos, semelhantes ao aikido, mas sem atacar e defender. Mais leve. É o desenvolvimento de uma técnica de não conflito consigo mesmo. Aos 51, a pedagoga e professora aposentada, dona de casa e mãe Eni de Oliveira Fantini procurou outra atividade para realizar na vida. Formou-se em artes plásticas pela Guignard, mas sabia que não era seu caminho, pois buscava um lugar com menos competição. “Precisava de algo físico, com movimento. Experimentei ioga e tai-chi-chuan, até chegar ao ki aikido e ao desenvolvimento de ki, onde me encontrei e não saí mais.”
De aluna, Eni Fantini chegou a sensei e foi até presidente da sociedade, agora extinta. Hoje, aos 80, ainda dá aulas e segue a lição que recebeu de um de seus mestres. “Se tem limites físicos, como artrose e dor no joelho, nada disso é empecilho para continuar, porque há outras práticas para ensinar e fazer,     como respiração, meditação e os movimentos em pé.” Assim, ela segue no caminho onde se encontrou. Coordenar mente e corpo e melhorar a qualidade de vida não só sua, mas do outro, em parceria.

LIÇÕES
   A Sensei explica que a beleza e os benefícios do desenvolvimento de ki estão na forma de praticar. “Nós o fazemos sempre com o outro, dentro de um relacionamento, um aprendizado constante de como lidar com as pessoas.” Eni acredita na força da vida e, para quem se assusta com as artes marciais, quem tem medo das quedas e rolamentos, de não dar conta, avisa que é preciso encontrar um mestre que tenha cuidado, respeito e saiba lidar com as inseguranças.
   Com seis filhos, 11 netos e superativa, a sensei Eni enfatiza que, entre tantas lições que aprendeu e continua a aprender com o desenvolvimento de ki (ou ki aikido) e com o aikido, uma das principais é que “cada um é responsável pela sua própria segurança e pela segurança do colega. Se for dar um golpe e o colega não sair do lugar, é preciso ser capaz de atacar e parar o ataque”.
   Todo o amor e respeito que Eni tem pelas artes marciais, ela traduz num ditado que sempre fala para seus alunos e agora compartilha com todos: “Se você for para seu centro, vai encontrar tempo livre, mesmo estando ocupado”.
Matéria publicada no site Uai

COI - DIRETORIA APOIA TOKYO 2020 Estamos na contagem regressiva para o karatê finalmente ser esporte olímpico.

   O Conselho Executivo (CE) DO Comitê Olímpico Internacional (COI) HOJE apoiou a proposta de adicionar o pacote de cinco novos DESPORTO PARA O PROGRAMA DO JOGOS OLÍMPICOS TOKYO 2020. SE APROVADA NA 129th IOC SESSÃO NO RIO DE JANEIRO EM AGOSTO, a mudança seria a evolução mais abrangente do OLYMPIC PROGRAMA na história moderna.



   A cinco esportes - karate, skate, escalada esportiva, surf e beisebol / softbol - oferecem um foco importante para a juventude, que é o cerne da visão jogos para Tokyo 2020. Eles representam uma combinação de esportes bem estabelecidos e emergentes, com significativa popularidade no Japão e além. Eles incluem esportes esportes coletivos e individuais; esportes de quadra e esportes ao ar livre; e esportes "urbanos" com um forte apelo à juventude.

   O pacote de cinco esportes será agora submetido à Sessão do COI. Esses esportes são considerados em cima dos atletas e eventos recomendações de cota para os esportes olímpicos descritas na Agenda Olímpicos de 2020, e não vai demorar lugares longe de atletas em esportes olímpicos existentes. As discussões sobre o programa de eventos em 28 esportes olímpicos existentes para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 estão em curso, e será concluído pelo Conselho Executivo do COI, em meados de 2017.

   O Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 propôs os novos esportes em resposta à nova flexibilidade proporcionada pela Agenda Olímpico de 2020, roteiro estratégico do COI para o futuro do Movimento Olímpico, para incentivar a inovação no programa olímpico. Agenda Olímpicos de 2020 dá cidades-sede a opção de sugerir novos eventos desportivos e para inclusão em sua edição dos Jogos.

As selecções da cidade anfitriã não são vinculativas para os jogos futuros anfitriões.

   A inclusão dos novos esportes acrescentaria 18 eventos e 474 atletas para o programa olímpico em Tóquio, sem impactar esportes existentes. O pacote promove a igualdade de género, com cada um dos cinco esportes com números iguais de equipes para homens e mulheres, ao mesmo tempo, concentrando-se em desportos inovadores e emocionantes para o Japão e toda a comunidade internacional.

   O Comitê Olímpico Internacional é uma organização internacional independente sem fins lucrativos constituída por voluntários, que está empenhada em construir um mundo melhor através do esporte. Ele redistribui mais de 90 por cento de sua renda para o movimento desportivo mais amplo, o que significa que a cada dia o equivalente a USD 3,25 milhões vai para ajudar os atletas e as organizações desportivas a todos os níveis em todo o mundo.

   Para mais informações, entre em contato com a equipe de Relações com a Mídia do COI:

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terça-feira, 12 de julho de 2016

CHEGA DE PRECONCEITO!!!

   A prática do karatê para pessoas em cadeira de rodas

  A questão pertinente a Educação Física Adaptada, tem atualmente sido motivo de muitas discussões desenvolvidas no meio acadêmico e científico, por profissionais da área em questão. Nesse sentido, observa-se a grande importância de procedimentos de pesquisa nessa população, dando subsídios para atuação dos profissionais da área.

    Autores como DUARTE (1992), consideram que apenas recentemente, a Educação Física começou a se preocupar com a atividade física para pessoas com deficiência. Ele considera que o desenvolvimento do quadro qualitativo e quantitativo de pesquisas nessa área vai depender basicamente das iniciativas de pesquisas das Universidades.

    
Os problemas que envolvem deficientes estão presentes na sociedade desde os mais remotos tempos, SILVA (1987). A evolução no processo civilizatório da humanidade nos orienta como foi e tem sido a forma de tratamento atribuído a pessoa deficiente.

    Os jogos organizados sobre cadeira de rodas forma conhecidos após a Segunda Guerra Mundial, onde esta tragédia na história da humanidade fez com que muito dos soldados que combateram nas frentes de batalha voltassem aos seus países com seqüelas permanentes. Porem este evento,proporcionou a pessoa com deficiência, melhores condições de vida, pois os deficientes pós-guerras eram heróis e tinham o respeito da população por isto, bem como uma preocupação governamental (GUTTMANN, 1981, ADMS E COL 1985; ALENCAR, 1986 CIDADES E FREITAS, 1999).

    A partir das duas Guerras Mundiais, a necessidade das modernas sociedades em aumentar o rendimento com a diminuição do investimento, e sustentar elementos não produtivos, houve uma preocupação nas descobertas de métodos que visassem uma reintegração social do deficiente e, na medida do possível, torna-lo um fator de produção para a sociedade.

    Surgiu então a atividade física, que tem demonstrado sua eficiência como um dos métodos a serem utilizados no arsenal terapêutico desta recuperação. Com o avanço científico moderno, o progresso dos conhecimentos o terreno da fisiologia do exercício, da psicologia, dos fatores biomecânicos, dos métodos de avaliação, da sociobiologia vieram despertar ainda mais, tais atividades. (ROSADAS, 1991),
 
    Para ARAÚJO (1998) o desporto adaptado se propunha a minimizar as seqüelas nos soldados acometidos pelos traumatismos, em decorrência das guerras, mais especificamente em relação à Segunda Guerra Mundial, na década de 40. O objetivo da reabilitação dos soldados feridos em decorrência da guerra, naquele momento era prioridade do governo dos países envolvidos no conflito e também da classe científica, pois a expectativa e a qualidade de vida chamavam a atenção para a necessidade de estudos. Por outro lado, estes governos sentiam-se na obrigação de dar uma resposta à sociedade, no sentido de estar fazendo alguma coisa para minimizar as adversidades causadas pela guerra.

    Os primeiros passos, neste sentido ocorreram em fevereiro de 1944, quando médico alemão, de origem judaica, exilado na Inglaterra, Sir Ludwig Guttmann, neurologista e neurocirurgião, foi convidado pelo governo britânico para fundar o centro de reabilitação para tratamento dos soldados lesionados medulares no Hospital de Stoke Mandeville, próximo à cidade de Aylesburg. Dr. Guttmann dedicou-se a esta atividade de 1943 a 1980. O primeiro programa de esporte em cadeira de rodas foi iniciado no Hospital de Stoke Mandeville em 1945, com o objetivo de trabalhar o tronco e os membros superiores e diminuir o tédio da vida hospitalar e prepara-los para o trabalho.

    Em 1960, o Dr. Guttmann concretizou seu sonho, idealizado em 1948, de realizar um evento que tivesse o mesmo impacto de uma olimpíada. Realizado em Roma, o IX jogos de Stoke Mandiville, teve a presença de 400 participantes de 23 países, com apoio do Comitê Olímpico Italiano (COI), que passaram anos depois a se chamar “Paraolympics” (Olimpíadas para paraplégicos).

    A introdução do esporte adaptado no Brasil se deu por meio de Del Grande com grupo que veio fazer jogos de exibições nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Um dos elementos que se chamava Jean Quellog sugeriu a Del Grande que fundasse um clube dos paraplégicos no Brasil. Ele despachou uma cadeira esportiva dos Estados Unidos e Balmer (um antigo fabricante de cadeira de rodas) fez as outras.

    As modalidades esportivas para as pessoas com deficiências físicas são baseadas na classificação funcional e atualmente apresentam uma grande variedade de opções. As modalidades olímpicas são o arco e flecha, atletismo, basquetebol, bocha, ciclismo, equitação, futebol, halterofilismo, iatismo, natação, rugby, tênis de campo, tênis de mesa, tiro e voleibol (ABRADECAR, 2002).

    A participação de pessoas com deficiência física em eventos competitivos no Brasil e no mundo vem sendo ampliada. Por serem um elemento ímpar no processo de reabilitação, as atividades físicas e esportivas, competitivas ou não devem ser orientadas e estimuladas, visando assim possibilitar ao portador de deficiência física, mesmo durante seu programa de reabilitação alcanças os benefícios que estas atividades podem oferecer, visando uma melhor qualidade de vida.

    Dentro dos esportes adaptados apresentados, nota-se que há muito pouco espaço para as artes marciais, tornando-se necessário desenvolver ou adaptar artes marciais para esta população. De acordo com dados do Censo, 24,5 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência, o que corresponde a 14,5% da população e a prática de uma atividade física adaptada, proporciona á pessoa com deficiência física condições através da pratica do esporte, da recreação e do lazer uma melhor qualidade de vida.

    Alguns autores como GUTTMAN (1976b), SEAMAN (1982), LIANZA (1985), SHERRILL (1986), ROSADAS (1989), SOUZA (1994), SCHUTZ (1994) e GIVE IT A GO (2001) ressaltam que o esporte adaptado traz inúmeros benefícios como melhoria e desenvolvimento de auto-estima, auto-valorização e auto-imagem; o estímulo à independência e autonomia; a socialização com outros grupos; a experiência com suas possibilidades, potencialidades e limitações; a vivência de situações de sucesso e superação de situações de frustração; a melhoria das condições organo-funcional (aparelhos circulatório, respiratório, digestivo, reprodutor e excretor); melhoria na força e resistência muscular global; a possibilidade de acesso à prática do esporte como lazer, reabilitação e competição; prevenção de deficiências secundárias entre outras

    Em Paises como a Irlanda, Japão e Portugal, já existe a prática do Karatê para cadeirantes. No Brasil existem vários esportes para deficientes como arco e flecha, bocha, halterofilismo, hipismo, natação, tênis, dentre outros, porém não se tem registro do ensino teórico-prático do Karatê para esta população.

    A partir de pesquisas incipientes, há registros que a prática do Karatê para pessoas portadoras de deficiência física temporária ou permanente pode ser viável, uma vez que já existe a prática do Karatê para essas pessoas, o Karatê em Cadeira de Rodas.

    O Karatê em Cadeira de Rodas atua simultaneamente como autodefesa e como bom exercício, no desenvolvimento de capacidades, de reflexos e força, para pessoas deficientes. Para isso, adaptou-se um sistema similar aos métodos aplicados no Karatê Tradicional, para o Karatê em Cadeira de Rodas.
Os métodos utilizados no ensino do Karatê adaptado são os ideais para as pessoas que estão recuperando de doenças 
ou se encontram fisicamente fracas ou que por alguma razão estão incapacitadas de praticar essa modalidade. Deste modo podem praticar o Karatê em Cadeira de Rodas até que estejam aptos para voltar ao treino regular.

    A ACMS (Colégio Americano de Medicina do Esporte) (1997), relata que um programa de atividades físicas para as pessoas com deficiência física devem observar a princípio se a adaptação dos esportes ou atividades mantendo os mesmos objetivos e vantagens da atividade e dos esportes convencionais, ou seja, aumentar a resistência cárdio-respiratória, a força, a resistência muscular, a flexibilidade, etc.

    Um outro ponto a considerar na elaboração de atividades para as pessoas de necessidades educativas especiais, em destaque aqui o indivíduo com deficiência física, é a necessidade de adaptação dos materiais e equipamento, bem como a adaptação do local onde esta atividade será realizada.

    O projeto de pesquisa torna-se importante por serem inexpressivos trabalhos a nível acadêmico sobre o assunto. A escolha de uma modalidade esportiva pode depender em grande parte das oportunidades que são oferecidas as pessoas com deficiência física, da sua condição sócio-econômica, das suas limitações e potencialidades, da suas preferências esportivas, facilidade nos meios de locomoção e transporte, de materiais e locais adequados, do estímulo e respaldo familiar, de profissionais preparados para atendê-los, dentre outros fatores.

Artigo na íntegra: 
www.efdeportes.com

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Psicologia do Esporte nas Artes Marciais e o necessário fortalecimento mental dos atletas

   A moderna concepção de atleta engloba, ao menos, três áreas do treinamento esportivo: física, técnica e psicológica. Dessa forma, mente e corpo devem estar em harmonia para que desvios de concentração, foco e atenção não promovam derrotas ou atuações abaixo dos padrões de treinamento.


  Poucas atividades físicas ou esportes competitivos incluem segmentos tão claros de habilidades mentais quantos as artes marciais ou esportes de combate. O Kung Fu, por exemplo, exige dos atletas, altas e bem elaboradas competências de foco, atenção, concentração e controle de ansiedade. Em algumas derivações dessa Arte Marcial, são exigidas habilidades igualmente importantes, tais como o reflexo, a velocidade na tomada de decisão e forças mental e emocional apuradas para que o planejamento tático e o treinamento físico atinjam os níveis treinados e desejados. A Psicologia Esportiva oferece técnicas e métodos científicos capazes de auxiliar essas e tantas outras demandas dos atletas.
   Uma performance consistente é um dos mais difíceis objetivos nos esportes competitivos. Nas artes marciais temos as demandas de um conjunto de habilidades psicológicas básicas para este resultado. A saber:
– Auto-controle: necessário para planejar e manter os pensamentos apropriados, emoções e ações durante o combate, promovendo inclusive a auto-regulação e níveis mentais adequados para toda a ação esportiva. No caso das Artes Marciais, quem nunca experimentou aquela sensação de faltar o gás mental no final de uma luta? Pois bem, a Psicologia do Esporte é uma aliada para essa e tantas outras demandas.
– Auto-motivação: referindo-se à disposição constante para o treinamento e esforço, mesmo em detrimento a demandas externas e de outros.
–  Auto-consciência: que possibilita ao lutador monitorar e reconhecer seu status mental e ajustar pensamentos e emoções de maneira a otimizar os níveis de ansiedade e ativação psicoemocional nas mais diversas situações.
– Resistência mental: apresentado no contexto do esporte como definição primária do plano de ação do atleta em sua competição. Resistência esta que pode ser treinada e desenvolvida a partir de métodos científicos e modernos relacionados com o avanço da Psicologia Esportiva no Brasil.
– Confiança: atitude positiva e de crença que suas ações serão efetivas em determinada situação. A confiança aprimorada promove iniciativa e força interior para superar desafios e dificuldades em treinos e competições.
– Competitividade: como disposição no esforço para satisfação dos atletas em comparação a outros competidores. O ímpeto de superar as etapas e as dificuldades para atingir os objetivos pessoais e esportivos.
– Motivação intrínseca: na capacidade de focar-se em determinado objetivo, de maneira constante e intensa, tendo como fonte seus valores internos, pensamentos e desejos.
   Esses e tantos outros fatores são temas de pesquisas e intervenções na Psicologia do Esporte visando o complemento necessário do treinamento dos atletas. Afinal, corpos fortes e bem treinados necessitam, via de regra, de mentes a altura de suas possibilidades.
Países como Estados Unidos, Cuba, Japão, China e várias nações europeias já incorporaram o trabalho de Psicologia Esportiva com os atletas e equipes de diversas modalidades.
   No Brasil, atletas começam a despertar para a necessidade de priorizar o fortalecimento de aspectos mentais e emocionais para atingirem desempenhos traçados através de metas e treinamentos.
   Nos últimos anos, houve uma aproximação marcante dos níveis de rendimento de atletas de todo o mundo. O que costuma diferenciá-los é a capacidade de foco, autocontrole, confiança e gerenciamento da concentração competitiva.
   E você? Já se deu conta de como os aspectos mentais e emocionais atuam em seus treinos e lutas?

Texto de João Ricardo Cozac –  Psicólogo do esporte. Presidente da Associação Paulista da Psicologia do Esporte.