Por meio de uma técnica diferenciada criada pelo sensei amazonense, repleta de atividades lúdicas que mesclam brincadeiras com conceitos tradicionais, o karatê também pode ser considerado esporte infantil.
Foi ao longo dos 34 anos de prática e 26 como professor que Washington pode observar, idealizar e finalmente criar uma metodologia única de ensinar karatê aos pequenos. Todavia, não foi tarefa fácil. O Sensei sabe que o público mirim é exigente.
“Quando a criança que está dividindo o espaço conosco se mostra contente, é porque ela está de fato contente”, explica. Por isso, mesmo após tantos anos de preparo, apenas em 2012 resolveu colocar-se à disposição do mercado voltado para crianças. A aceitação foi imediata.
Para estimular a atividade, são utilizados métodos não-convencionais.
“Uso tampinha de garrafa, garrafas pet, elástico, pregador de roupa, macarrão de natação, bambolê. Vou adaptando a arte, fazendo com que eles aprendam”, comenta o atleta, que teve de ajustar seu sonho à realidade brasileira. “Você chega numa academia da Europa e tem todo o material disponível. Já aqui no Brasil não se encontra essas coisas com facilidade”, afirma.
Por trás do momento lúdico, no entanto, está a introdução a conceitos consagrados do karatê, a exemplo da disciplina, grande foco da arte marcial. E como é de senso comum, os pequenos podem ser um pouco difíceis para internalizar certos comandos de autoridade.
No tatame, Washington garante que a dificuldade é infinitamente menor. “Resume-se a aprender brincando. Além do movimento, eles estão aprendendo a ouvir não, a ter contato com limites que talvez não estão acostumados em casa ou no colégio. Aqui eles aprendem a sociabilizar, e a ser tocado pelo colega sem achar que é uma agressão”.
Matéria publicada no site Em Tempo Online
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